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Mais uma conferência da Educação!, por Ozires Silva

Créditos: Divulgação

O título acima foi estampado num artigo publicado pelo jornal Estado de S. Paulo no 1º dia deste novo ano de 2014 que, embora prognosticado como “difícil”, poderá ser melhor se também melhorarmos nosso astral pessoal, trabalhando com afinco sobre nossas obrigações e participarmos, com igual afinco, para o bem da comunidade na qual vivemos, e na qual esperamos que nossos descendentes venham a viver com sucesso.

 

 

Na edição de março de 2013, escrevi na ‘Prefeitos & Gestões’ que “O Brasil, infelizmente, está pagando o preço pelas ineficiências e insuficiências do nosso sistema educacional”. Estamos muito distantes dos padrões internacionais. O Brasil ocupa a 86ª posição no IDH – Índice de Desenvolvimento Humano (2011) e 56ª no Índice de Competitividade Produtiva, o que demonstra o enorme desafio que temos pela frente para reduzir a distância entre o econômico e o social. Fora isso, temos 70% da nossa população como analfabeta funcional, condenada a trabalhar em funções de baixa remuneração, incapaz de ter acesso decente à moradia, saúde e qualidade de vida.

 

 

 

Fazendo um balanço do que tem acontecido, constata-se que estamos batendo nas mesmas teclas do passado e que se tratam de temas recorrentes que preocupam vários segmentos da opinião brasileira, menos o da classe política. Sim, ficam abertas as discussões sobre tal necessidade relevante para transformar o nosso Brasil-continente naquela região do planeta que habitamos, num país fantástico por dádivas da Natureza, mas muito mal tratado por nós, os brasileiros.

 

 

Agora, vêm as notícias de 2014! Anuncia o Governo Federal, para o período compreendido entre 17 e 21 de fevereiro, em Brasília, uma Segunda CONAE – Conferência Nacional de Educação! A primeira, realizada há quatro anos, resultou no PNE – Plano Nacional da Educação, com o objetivo de estabelecer as diretrizes para todos os ciclos de ensino de 2010 a 2020. Mas, como o essencial Projeto de Lei do Executivo foi enviado ao Congresso Nacional com atraso, optou-se que o prazo para sua aprovação seria de 9 anos. Isso mesmo, 9 anos! É triste constatar-se que, até esta data, as consequências legais da intenção dos nossos políticos envelheceram antes de nascerem.

 

 

E pior, o Documento–Referência do PNE, que está hoje no Congresso Nacional, carece de precisão e de objetividade. Temos de imaginar mobilizações comunitárias, em cada cidade brasileira, para pensar em novos e ricos caminhos que temos de percorrer para chegarmos ao futuro, como vencedores. Estamos agora no início de 2014 e, nos aproveitando das esperanças sempre geradas pelos inícios de cada ano, temos de convidar a cada um para meditar e se juntar a esforços comuns para o desenvolvimento de projetos estruturantes que possam sacudir o presente, melhor nos equipando para vencer no futuro.

 

 

E um dos pilares dessas ideias está na Educação de qualidade e abrangente, desde as creches, escolas infantis, passando pelas fundamentais e chegando às graduações superiores. Todas elas, contando com mestres, superlativamente preparados e competentes, ávidos para transmitir às novas gerações seus sábios conhecimentos, habilitando a cada jovem brasileiro ser um ator ativo e participativo na riqueza geral.

 

 

Vale o apelo para que transformemos 2014 no ano da Educação. Não devemos nos limitar pensando que se trata de um projeto fantástico e que se situa além das possibilidades que já temos por aqui. O caminho está aberto e cabe a cada um selecionar sua forma de participar, sempre lembrando, que no rol das realizações humanas, não há limites para populações competentes.

 

 

Artigo divulgado em A Tribuna no dia 02 de fevereiro.