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Porto Macrometropolitano de Santos, por Ozires Silva

Crédito: Divulgação

Já é fato sabido que somente se consegue desenvolvimento e sustentabilidade para novos empreendimentos, ou para o crescimento de sistemas produtivos, se as condições locais, geográficas e econômicas oferecem bases para que novos resultados possam ser contabilizados. Por razões históricas, Santos conseguiu implantar e fazer crescer um Porto Marítimo de importância que, para se manter, dependeu da dinâmica do sistema econômico que o circunda.

 

 

Na atualidade, em razão do natural alargamento dos conceitos de competição, estas referências não são mais suficientes. É necessário trabalhar sobre a eficiência, pois medidas oficiais, sobre uma tradição, não mais podem superar ofertas que possam ser mais competitivas do que os custos e a eficácia das operações em outras áreas. Acompanhamos várias iniciativas com este foco, mas é essencial ter complemento de novas e modernas práticas que garantam uma operação superlativa em velocidade, em custo e em confiabilidade.

 

 

Desta forma, o grande Porto de Santos conseguirá enaltecer o galardão do título deste artigo, o de Macrometropolitano, ganhando ainda mais grandeza e presença destacada no cenário econômico da logística portuária.

 

 

 

 

Para que a primazia do Porto de Santos, no cenário portuário nacional, seja mantida e ampliada no futuro próximo, certamente será necessário que a capacidade operacional satisfaça os requisitos empresariais modernos da logística nacional, na atualidade reconhecida como uma das mais caras e lentas das que se apresentam no mercado internacional. Há fatores positivos que podem ser aproveitados e expandidos, como os fluxos de demanda de produção e de consumo nas proximidades do atual porto, sobretudo os solicitados e produzidos pela maior metrópole da América Latina, a uma distância relativamente pequena das facilidades do porto local.

 

 

O Instituto Marítimo de Cingapura, que hoje consolida as operações de um dos melhores, senão o melhor sistema portuário mundial, trabalha para aumentar a conscientização e as ações necessárias para promover uma maior integração da indústria marítima. Isso inclui desafios a serem vencidos, os quais precisam ser identificados através de parcerias entre a academia, indústria e os portos para analisar as futuras necessidades e começar agora a implantar inovações que certamente afetarão as operações marítimas do presente.

 

 

Se a competição mundial já pode ser considerada intensa, os analistas concordam que ela será mais aguda para os anos seguintes, e isso claramente vai afetar inclusive as convenções e as legislações internacionais sob as quais operam hoje os correntes portos em atividade. Na atualidade, Santos goza de uma invejável posição geográfica em relação aos centros de demanda e de produção de produtos, e com uma facilidade construída de acessos rodoviários, que precisam ser complementados por mais intenso fluxo por vias férreas.

 

 

Embora possa parecer pouco provável, há canais marítimos de acesso melhores do que os da área de Santos que podem ensejar práticas competitivas, o que não pode ser impedido por medidas políticas. A única defesa contra essas incursões no âmago do mercado desfrutado pelo Porto local será a eficiência, medida por produção mais dinâmica dos fatores privilegiados pelos usuários que, por razões econômicas ou financeiras, poderão orientar suas atividades de transporte para outros prestadores de serviço que, embora ainda não existindo, poderão se justificar se Santos não se modernizar e se tornar comercialmente mais agressivo.

 

 

Artigo divulgado no jornal A Tribuna, de Santos, em 02 de dezembro de 2012