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Foco na gestão: a alavanca da competitividade, por Ozires Silva

Não há necessidade de grandes pesquisas ou esforços para constatar que o nosso Brasil não está acompanhando o desenvolvimento mundial da produção, tanto de produtos quanto de conhecimento ou tecnologias inovadoras. Nas ofertas de nossas lojas, também sem esforços, encontramos produtos fabricados em todo o mundo. Em contrapartida, nas lojas do mundo não é possível encontrar produtos fabricados por brasileiros, simplesmente por que não os produzimos, nem os vendemos!

O preço que pagamos por essas falhas certamente são altos, basta perceber os baixos índices de crescimento da nossa economia.Recentemente, tive a oportunidade de participar de uma reunião promovida pela empresa mundial Proudfoot Consulting, que, arguindo ações dos países que mais se desenvolvem, pesquisou e executou uma série de análises sobre técnicas de gestão de entidades e de empresas, focando na produtividade e na eficiência. As conclusões indicaram que as iniciativas inovadoras, e as da produtividade e eficiência, estão na raiz da ausência de nossos produtos nas prateleiras do comércio mundial. Os resultados do trabalho confirmam que estamos amarrados em práticas do passado que não funcionaram naquele momento e não funcionarão no futuro. Explicaram por que não temos conseguido produzir competitivamente em nosso solo, chegando a proezas equivalentes as da Coreia do Sul e da China, as quais levaram esses países a ganhar posições de destaque.

A surpresa que surgiu dos trabalhos da Proudfoot é que entre as causas diretas e ligadas à produção também emergiram, e com importância, as organizações públicas governamentais, cujas práticas de gestão incidem pesada e negativamente nos esforços das entidades industriais e produtivas. Os relatórios produzidos apresentaram opiniões de quase 1.500 gestores públicos de 12 países em oito segmentos, mostrando que, no Brasil, existem significativos potenciais para expressivos aumentos de eficiência das decisões oficiais.

Eis aí algo que surge como uma oportunidade para prefeitos e administradores públicos para praticarem mudanças e ações que, na atualidade, estão limitando a produtividade de cada município ou região do país. Destruir obstáculos que dificultam a comunicação e a cooperação entre departamentos oficiais que, por suas exigências e ações, criam dificuldades para o progresso e a vitória das nossas cidades. Vivemos momentos para remover funções ineficazes, substituindo-as por programas e processos que forneçam aos funcionários e ao público em geral mecanismos práticos e eficientes para que os gestores contribuam para coletar resultados melhores sobre os investimentos corporativos.

Agora mesmo estamos vivendo uma intensa discussão no Congresso Nacional sobre uma nova legislação sobre terceirização. Uma grande disputa entre grupos de opinião antagônicos. Se examinarmos os textos, em discussão, entre os dois lados, nota-se que as polêmicas tratam de algo inútil. Não deveria haver nenhuma regra governamental impositiva para as empresas terceirizar ou não seus negócios. Simplesmente, deveríamos deixá-las livres para as decisões que melhor lhes convenham para ganhar na competição mundial. Assim, é necessária uma avaliação equilibrada do cenário da gestão pública, que precisa crescer apoiada pela ajuda dos governantes, voltados para a eficiência e para o aumento da produtividade geral. As empresas que prosperarão serão aquelas que não sejam limitadas por normas ultrapassadas, ao contrário, serão aquelas que avançarem buscando continuamente o crescimento, as mais produtivas e competitivas, pois o mundo não nos espera e avança!

Artigo publicado no Jornal A Tribuna de 26 de abril de 2015.