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‘Descentralização Planejada: a arte do gerenciamento eficaz’, por Alkíndar de Oliveira

Crédito: Divulgação

Em um dos meus artigos citei que a empresa ou instituição que conseguir equilibrar o necessário controle e gerenciamento com um bom ambiente de trabalho, somados à descentralização, merecerá o nome de organização moderna, humana e altamente eficaz.

Neste, exponho os procedimentos necessários para atingir este objetivo, que é o que vem a seguir.
Regra Básica: Aponte o caminho, mas deixe o pessoal achar a forma de caminhar. Em vez de dar respostas faça perguntas. Tenha como meta principal criar um grupo de pessoas pensantes, isto é, profissionais que sejam estimulados a eles próprios encontrarem respostas aos desafios. A tendência dos profissionais é perguntarem “Como eu faço isto?”. O bom líder devolve a pergunta: “Como você acha que deve fazer?”. Em síntese, em vez de ditar as regras para levar à frente os projetos, estimule a sua equipe a elaborá-las, pois só assim seu pessoal irá de fato se comprometer;

a)Tenha metas audaciosas, mas destrinche-as em pequenos projetos que tenham como maior característica a objetividade;
b) Seguindo dica de Stephen Covey, se houver muitos projetos a serem elaborados, comece pelo mais importante, e elabore gráfico de acompanhamento da evolução de cada projeto;
c) Tenha em mãos mapas ou quadros do desenvolvimento do trabalho, para sempre saber o que está acontecendo. Tome cuidado especial para que este procedimento não burocratize demais a empresa;
d) Faça reuniões periódicas para inteirar-se do andamento dos projetos ou da forma de trabalho dos setores da empresa;
e) Crie o hábito de elogiar o que merece ser elogiado e de criticar o que precisa ser criticado. Procure mais elogiar do que criticar. E quando criticar o faça com educação e profundo respeito ao outro;
f) Pense em tudo que você possa dar autonomia ao seu pessoal, e dê;
g) Ao dar autonomia, determine parâmetros para que os profissionais não extrapolem limites que possam comprometer negativamente a empresa;
h) Não dê autonomia total a funções em que o líder-gerente necessariamente precisa saber o que está ocorrendo;
i) Construa todos os procedimentos ouvindo bastante o seu pessoal e estabelecendo consenso. Ordens impostas, sem esclarecimento e sem diálogo e persuasão, tendem a não dar certo;
j) Como exceção, não utilize do procedimento anterior, isto é, pode haver casos em que é melhor estabelecer regras sem dialogar com o pessoal. Por exemplo, àquelas regras que estabelecem o seu perfil de líder, onde você reúne o seu pessoal e – sem consenso – estabelece a sua forma de agir, dizendo com firmeza e educação algo assim: “Pessoal minha forma de atuar tem dois pontos básicos, o primeiro, respeito ao ser humano presente em cada um de vocês, e o segundo, cobrança de resultados”;
k) Em ambiente de trabalho – seja empresa ou instituição – evite dizer “aqui somos uma família”, pois, por mais que o ambiente seja bom e necessariamente afetivo, o local de trabalho tem características, funções e obrigações diferentes de uma família. Tanto é que, numa família, os bons pais não irão mandar para a rua um filho que não cumpre com seus deveres;
l) Faça questão de deixar o seu pessoal informado de tudo o que está ocorrendo na empresa e que, de alguma forma, tenha a ver com eles ou que possa influir no andamento do trabalho. Com esta finalidade estabeleça datas no calendário específicas para as comunicações internas, onde o foco seja disseminar informações;
m) Não faça reuniões em número excessivo. Deixe o seu pessoal trabalhar.
Finalizando, trabalhe incansavelmente para construir um ambiente de trabalho onde o diálogo e a afetividade estejam presentes, formando a base da cultura da empresa.