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As decisões gerenciais, por Ozires Silva

Para seu funcionamento e competitividade, a sociedade moderna depende, quando não para sua própria sobrevivência, da eficácia de sua organização, de seu desempenho, de seus valores e padrões. E para prosperar, essa mesma sociedade necessita de entidades, empresas e de organizações eficientes, as quais dependem das influências econômicas e sociais, como por exemplo, da qualidade da educação, das estruturas públicas e privadas e do comportamento humano geral nas áreas onde atuam.

 

 

Qualquer que seja, uma empresa depende de criatividade e de decisões gerenciais que, somente serão boas, se baseadas no choque de idéias conflitantes, no diálogo entre pontos de vista diferentes, na escolha entre julgamentos diversos.

 

 

Em contraste com os computadores, máquinas essencialmente lógicas, este não é o caso dos seres humanos, os quais são mais perceptivos, ou se desejarmos, lentos e negligentes. Todavia, pode ser brilhante e dotado de grande discernimento, podendo se adaptar às circunstâncias e deduzir um quadro geral, mesmo num panorama de informações insuficientes.

 

 

Os administradores eficientes tomam decisões baseadas em julgamentos, em situações de risco e de incertezas e, neste processo, pode se recordar de coisas que poucos ou ninguém se lembraria e que não estariam programadas.

 

 

A tarefa do administrador é ser eficaz. Algo que pode ser aprendido, mas dificilmente ensinado. Um primeiro passo para a eficácia gerencial parece ser um respeito ao tempo. Uma análise do tempo disponível e a eliminação das causas de perda deste tempo exigem ações e decisões. Ou seja, o uso de processos para avançar, de conceitos para as mecânicas das análises, da eficiência para a preocupação com os resultados.

 

 

O gerente precisa se disciplinar em raciocinar sobre a razão pela qual está na folha de pagamentos e na contribuição que deve dar para o sucesso de sua organização. Precisa colocar grandes exigências em relação a si mesmo, a pensar nos objetivos que seu grupo precisa atingir, a se preocupar com valores e com padrões cada vez mais elevados. Acima de tudo, deve assumir responsabilidades, no lugar de agir apenas como um subordinado, tentando satisfazer o patrão. Deve procurar sempre a contribuição mais elevada, pensando mais nos fins a atingir do que nos meios a serem utilizados.

 

 

Surgem considerações sobre lideranças. Não aquelas do brilho e do gênio, mas muito mais modestas e mais duradouras. Resumindo: dedicação, determinação e seriedade dos propósitos. Isso passa além do treinamento e se apóia muito mais na cultura, nos conceitos pessoais e nos da comunidade. Dizem que as organizações crescem na proporção de pessoas comuns realizando resultados incomuns!

 

 

Para o auto-desenvolvimento de um gerente há muito mais do que treinamento. Há a percepção da responsabilidade assumida, muitas vezes se desligando de antigos hábitos e avançando sobre conceitos que precisam ser confrontados e, se tanto, derrubados.

 

 

As pessoas em geral, e os colaboradores intelectuais em particular, se elevam em função das exigências que fazem a si próprios. Ganham importância na medida em que consideram como alvo principal a realização e a obtenção de resultados. Sempre exigirão muito de si e, assim, podem melhor participar do crescimento da organização, como figuras ativas e essenciais. Em resumo, o valor de um colaborador vem do montante de diferenças que pode produzir, do valor que ele agrega a sua empresa.

 


Artigo divulgado no jornal A Tribuna em 27 de maio de 2012.