Artigos

A nova (?!) visão de trabalho, por Alkíndar de Oliveira

Créditos: Divulgar

Pesquisas sérias são instrumentos fundamentais para enxergarmos, com mais nitidez, as necessárias atitudes do corpo administrativo da empresa que queira pertencer ao quadro de instituições atualizadas e produtivas. Nestes anos iniciais da segunda década do século XXI, apresento informações úteis ao desenvolvimento empresarial, resultantes de sérias pesquisas efetuadas há aproximadamente 10 anos e que até hoje, pela abrangência e pelos focos, estão atualíssimas.

 

 

 

Para que o mundo corporativo possa refletir se está vivenciando hoje o que já deveria ser uma realidade em todo o ambiente empresarial, retornemos aos anos iniciais do terceiro milênio. Em outubro de 2.003 pela primeira vez a Fundação Getúlio Vargas promoveu um encontro com 200 presidentes de empresas para falar sobre vida pessoal e cidadania.

 

Observe, leitor, pela primeira vez o tema de um encontro de líderes foi vida pessoal e cidadania. Atenção: você sabe que quando algo ocorre “pela primeira vez” é porque houve quebra de paradigma. E, pondere: no encontro o assunto não foi visão estratégica ou qualquer outro tema correlato. O assunto foi vida pessoal e cidadania!!!

 

 

 

 

 

 

 

Em setembro de 2.003 mais de 50 diretores e presidentes de empresas, no 15o. Fórum de Marketing Industrial detectaram que cresceu a taxa de infelicidade entre os empregados das empresas. José Carlos Teixeira, o responsável pelo Fórum, disse que essa taxa tem sido crescente, e que um dos fatores que têm causado essa taxa crescente é a ausência de uma “causa”, seja por parte das empresas, quanto por parte dos funcionários. Atenção: percebeu que os funcionários querem enxergar uma “causa” que valorize o que ele faz na empresa?

 

 

 

Em artigo da revista VocêSA, de agosto de 2.003, o articulista Po Bronson, através de vários fatos comprobatórios incontestáveis, acrescenta: “As pessoas que encontraram seu lugar no mundo não dizem que fazem um trabalho excitante, desafiador e estimulante. Seu discurso invoca outra trinca: significado, importância e realização”.

 

 

Atenção: percebeu que mais do que ter um trabalho “excitante”, os funcionários querem encontrar um “significado” no que fazem?

 

 

 

Na Expomanagement 2.002, realizada no Brasil, estiverem presentes, dentre outros, os principais gurus: do Marketing, Kevin Clancy, das marcas, Scott Bedbury, da alma humana, Deepak Chopra, das mudanças, Tom Peter e do aprendizado, Peter Senge. Qual deles foi mais solicitado? Você acertou: Deepak Chopra, o guru da alma humana. Por que será que empresários e executivos que vão a um seminário para conhecer estratégias corporativas acabam, no fim, se envolvendo mais com um especialista da alma humana?

 

Conclusão: as pessoas estão ansiosas para encontrarem um significado para sua vida pessoal e profissional. Não é a toa que Peter Drucker, do alto do seu conhecimento, disse com muita propriedade “Ganhar a vida já não é suficiente, o trabalho tem nos permitir vivê-la também”. Retornei às pesquisas do início do milênio para mostrar que, ainda hoje, elas tem valor e sentido.

 

 

Pois, pelos exemplos expostos, fica claro que a empresa que valorizar o funcionário, o fornecedor, o cliente e o acionista enquanto seres humanos individuais, e não somente como integrante de uma massa, terá muito a ganhar em termos de fidelidade e comprometimento dos mesmos.